Em 2016 a eleição de Trump anunciou o início de um ciclo vertiginoso de direitização do mundo. Junto com o Brexit, abriu caminho a Bolsonaro, Salvini, Boris Jonhson, a mílicias fascistas a perseguir imgrantes, nas ruas dos EUA, de Itália ou da Alemanha. Ao Vox, à AfD, ao Ventura. A tantas agressões, perseguições e assassinatos, racistas, fascistas, misógnenos, anti-LGBT. A negacionismos vários…
A derrota de Trump não enviará todo esse lixo para de onde veio. Não regressaremos ao pré-Trump. A tampa do esgoto da história foi aberta. Só uma vitória histórica pode derrotar o fascismo, foi isso que aprendemos com os 25 de Abril português e o italiano, com a derrota dos nazis pelo exército vermelho, entre outras. Essas não se conseguem nas urnas.
Mas é um início. O soco desta vez não é no nosso estômago. Nem tão pouco foi só nas urnas: os boletins de voto ressoaram as ruas do EUA e do mundo, quando nestas milhões gritaram Black Lives Matter. Ressoaram as lutas feministas, as greves climáticas, as greves da GM, das professoras, da Amazon e da Google e tantas outras. Biden foi só a ferramenta romba, a única que as massas puderam usar nas urnas, que rebentou com o cadeado neofascista que há quatro anos estava pendurado nos portões da casa branca.
O caminho é longo e a luta é dura. Ainda agora começamos. Mas não é indiferente. Só aos indiferentes parecerá indiferente. Quem sente e vive no coração das massas, trabalhadoras, oprimidas, exploradas e revoltadas rejubila com elas. Hoje rejubilamos. Amanhã voltamos à luta.