DIA 11, TODES À MANIF PELA EDUCAÇÃO PÚBLICA

É já este sábado, dia 11 de fevereiro que as ruas de Lisboa se encherão (assim esperamos) com mais uma manifestação de professoras/es (e não só) convocada pela FENPROF (1), em defesa da Escola e Educação Públicas. Será assim a terceira manifestação nacional do sector em menos de 1 mês, depois das grandes manifestações convocadas pelo Sindicato de Todos os Profissionais de Educação (STOP), que tiveram lugar a 14 e 28 de janeiro respectivamente. (2 e 3). E já em Dezembro tinha havido outra manifestação destes/as trabalhadores/as, igualmente com imensa participação. Culminando (mas não terminando) dois meses de intensa e diria mesmo, exemplar luta, com várias greves de professores/as e auxiliares.

Como sabemos, o sector da Educação não tem sido o único em luta. O que não tem faltado e com toda a justiça, são exemplos da classe trabalhadora, em cada vez mais sectores e com cada vez maior intensidade a exigir o que é seu (nosso). A estagnação salarial junto com a inflacção galopante, tem levado à degradação daquilo a que normalmente se apelida de “poder de compra”, mas que na verdade é a degradação das condições de vida. De todes nós. Mas sem dúvida, quer pela justeza das reivindicações, desde logo a recuperação do tempo de serviço roubado e que nem o(s) governo(s) liderados por António Costa/PS recuperaram (nem de perto), pelo “arrastar” dos contratos a termo anos a fio, avaliações e progressões por “quotas”, a “(a)normalidade” da “casa às costas”, já para não falar na “carreira” e progressão salarial inexistente de auxiliares, quer pela capacidade de mobilização e principalmente, pela enorme força e perseverança demonstradas e que não parecem (e ainda bem) dar mostras de “cansaço”, que as e os trabalhadores da Educação não só merecem, como ganharam o respeito e admiração de tantes de nós, bem como lugar de destaque.

E não têm faltado “tentativas” de desmobilização e mesmo de descredibilização desta luta, invariavelmente com o intuito de desmoralizar os e as trabalhadoras das suas justas exigências. Desde ameaças de “ilegalização de fundos de greve”, à concretização dos de serviços mínimos, uma “invenção” que face ao que nós já aqui tivemos oportunidade de explicar (num artigo até de minha autoria – 4), é não só inédito, mas arriscaria mesmo apelidar de ilegal face à lei em vigor e no sector da Educação em especifico, sendo inclusivamente denunciado como o ataque que é (5). Abrindo assim (mais) um perigoso precedente contra o direito fundamental à greve.

Mas inclusivamente (embora nada surpreendentemente) até o PR Marcelo já veio com as suas sempre ubíquas e aparentemente “inócuas” declarações, mas nada inocentes no conteúdo e no momento em que são proferidas, colocar pressão, não só sobre as pessoas em luta (e sublinho pessoas por motivos que a mim me parecem óbvios, pois ninguém é feito de “ferro”), mas também e principalmente para “ajudar” a influenciar a “opinião” pública (6).

Mais que não fosse, estas já seriam razões mais que suficientes para todes nós também estarmos presentes, literalmente e activamente, presentes na manifestação do próximo sábado. É impossível afirmar neste momento, se os/as trabalhadores/as da Educação Pública vão conseguir arrancar vitórias desta grande luta. Mas além daquela “velha” (e tantas vezes usada expressão que se tornou frase feita), “quem luta nem sempre ganha, mas quem não luta perde sempre”, diria que a vitória destes e destas trabalhadoras seria mais que uma vitória para o sector. Seria (será) uma vitória que trará consigo uma “chama” de esperança, um alento diria tão necessário. Para todes nós. Até porque não será só no sábado que quem vive do seu trabalho vai sair à rua.

Já nesta 5ª feira dia 9 de fevereiro temos greve/manifestação nacional convocada pela CGTP-IN (7). E no dia 25 também deste mês de fevereiro, um movimento transversal a toda a nossa classe Trabalhadora (8), desde dos chamados “bairros” da periferia das grandes cidades, e que abrange e une toda a classe numa só “bandeira” e exigência – uma Vida Justa, sairá às ruas. Pessoas, activistas e organizações anti-racistas, pela justiça climática, feministas, sindicais, LGBTQI+ e pela Habitação, todes juntes. Por salários, por Habitação e Educação para todes, por direitos, por uma sociedade mais justa, mais fraterna, pela justa redistribuição da riqueza, material e não só, que todes nós produzimos, por todes nós, num mundo, numa Terra despoluída, e por um modo de produção verdadeiramente sustentável.

E a luta (e vitória) da Educação Pública e dos seus e suas trabalhadoras é (pode ser) o “começo”. E o exemplo.

Quem sabe, uma Frente Única que organize uma (grande) Greve Geral tendo estes eixos como pontos em comum, esteja mais próxima (e seja mais necessária) do que se possa pensar…

1- https://www.publico.pt/2023/02/03/sociedade/noticia/professores-exigem-acordo-global-prometem-novas-formas-luta-2037542

2-https://www.dn.pt/sociedade/professores-falam-em-manifestacao-historica-e-prometem-luta-sera-mais-forte-15659352.html

3- https://www.publico.pt/2023/01/28/sociedade/noticia/marcha-professores-lisboa-mostrar-nao-vamos-desistir-2036787

4-https://semearofuturo.com/2023/01/18/da-luta-pela-escola-publica-a-defesa-unida-contra-o-ataque-ao-direito-a-greve/

5-https://www.cgtp.pt/cgtp-in/areas-de-accao/accao-reivindicativa/18440-cgtp-in-repudia-ataques-ao-direito-a-greve

6- https://sicnoticias.pt/pais/2023-02-01-Marcelo-avisa-professores-Simpatia-quanto-a-causa-pode-virar-se-contra-eles-eeacaad1

7-https://www.cgtp.pt/informacao/279-destaque/209-superior/18352-9-fevereiro-de-2023-dia-nacional-de-indignacao

8-https://vidajusta.org/?fbclid=IwAR20sMm4SkB3q4AIX8cjOZ3RnfWUheUHT6YyunxDmoVF-dYvpoTb-Q393XI

Deixe uma Resposta

Preencha os seus detalhes abaixo ou clique num ícone para iniciar sessão:

Logótipo da WordPress.com

Está a comentar usando a sua conta WordPress.com Terminar Sessão /  Alterar )

Imagem do Twitter

Está a comentar usando a sua conta Twitter Terminar Sessão /  Alterar )

Facebook photo

Está a comentar usando a sua conta Facebook Terminar Sessão /  Alterar )

Connecting to %s