contra as ofensivas machistas da extrema-direita: unidade!

Nas vésperas da data que assinala a luta da mulher trabalhadora contra a exploração e violência de género e a greve feminista internacional, Mário Machado, neonazi conhecido por ter participado num crime de ódio, o brutal assassinato de um homem negro chamado Alcindo Monteiro e vários espancamentos de outras pessoas negras, publicou nas redes sociais “prostituição forçada das gajas do Bloco”. Em comentários à publicação, Ricardo Pais acrescenta, “de todas as gajas do BE, PCP, MRPP, MAS e PS” e ainda que a cabeça de lista do Movimento Alternativa Socialista, MAS, teria “tratamento VIP” – não destoando de vários comentários de cunho sexual dirigidos à Renata Cambra durante o período de pré-campanha e campanha para as legislativas de 2022.

Nas vésperas da data que assinala a luta da mulher trabalhadora contra a exploração e violência de género e a greve feminista internacional, o coletivo Semear o Futuro escreve não só para se solidarizar com todas as mulheres visadas pelo ataque misógino e violento destes neonazis em particular, como com todas as pessoas vítimas das mais variadas formas de violência de género, mas também com todas as mulheres com atividade política que são alvo diário de violência de género em Portugal. Desde o “desconizar” a assembleia da república de Pedro Frazão, vice-presidente do CHEGA, contra Joacine Katar Moreira; passando pelas ofensas de André Ventura do CHEGA ao batom vermelho de Marisa Matias que culminou numa ação massificada em sua defesa até ao apelo de Mário Machado para “prostituição forçada das mulheres do BE”, PCP, MRPP, MAS e PS.

A extrema-direita não gosta que a esquerda tenha mulheres e uma coluna LGBTIA+ tão valiosas e tão bem preparadas para travar a batalha contra a violência de género, racismo e LGBTIA+fobia em Portugal e é por isso que tem, reiteradamente, usado como arma de arremesso as noções mais conservadoras presentes ainda na sociedade. É importante dizer de forma explícita e que não deixe dúvidas a toda a sociedade que, sendo a luta desses sectores uma luta por sobrevivência e igualdade, não viemos para perder. 

O combate à extrema-direita passa necessariamente por uma luta interseccional, em que colocamos à cabeça as reivindicações e necessidades dos setores mais oprimidos da sociedade. Lutar para vencer significa enfrentar o machismo em todas as suas esferas, significa confrontar e desconstruir a herança colonial de Portugal, significa garantir direitos a todas as pessoas LGBTIA+, significa dar centralidade à luta antirracista. 

Por isso, aos sectores mais conservadores e aos neofascistas respondemos em unidade. Se o ataque é contra todas nós, a resposta tem que ser de todas, com todas e para todas. Estaremos, então, em peso no próximo dia 8 de Março na praça Luís de Camões em Lisboa às 18:30h, no Porto às 18:30h na Praça dos Poveiros e em todas as outras localidades onde estão a ser convocadas manifestações que assinalam a greve feminista internacional e o dia da mulher trabalhadora contra a violência de género.

Em jeito de declaração de amor, deixo a todo o movimento feminista, antirracista, LGBTIA+, antifascista, pelo clima e sindicatos: muito mais é o que nos une que aquilo que nos separa.

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