CGTP – 51 ANOS!

No passado dia 1 de Outubro, a CGTP – IN – Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses – Intersindical Nacional, celebrou o seu 51º aniversário. Como tal, o coletivo Semear o Futuro que integra ele próprio militantes e ativistas sindicais, inclusivamente ligados à CGTP, saúda fraternalmente todos e todas as e os sindicalistas que fizeram e fazem parte da Central Geral dos Trabalhadores Portugueses – Intersindical Nacional.

A 1 de Outubro de 1970, há precisamente 51 anos, quatro direções dos sindicatos dos caixeiros, lanifícios, metalúrgicos e bancários, convocaram aquela que viria a ser a primeira reunião intersindical, e que se viria a realizar a 11 de Outubro desse ano. Ainda em pleno regime fascista portanto, demonstrando que mesmo nas mais adversas condições, foi possível o direito de “liberdade de reunião” ser levado à prática, mesmo quando tal direito não existia ainda no nosso país. Em Março do ano seguinte dá-se a aprovação do Programa Básico da Intersindical documento esse, onde desde logo se reivindica publicamente a “liberdade sindical”, o direito de livre negociação” e “o direito à greve”.

A história de meio século da CGTP-IN é intrínseca à história de luta por emancipação da classe trabalhadora como um todo em Portugal, tendo tido um papel fundamental na organização da luta reivindicativa nos locais de trabalho de vários sectores de atividade ainda durante o antigo regime, bem como indiscutivelmente, a CGTP-IN foi incontornável na implementação e solidificação do regime democrático pós Revolução do 25 de Abril de 1974. Ainda hoje, a primeira manifestação do 1º de Maio em democracia nesse mesmo ano de 1974 se mantém como uma das maiores e mais relevantes ações de massas em Portugal. A essa grandiosa manifestação, inúmeras outras grandes ações de luta tiveram lugar durante este meio século que separa esse dia 1 de Outubro de 1970, até hoje.

Nesse sentido, e no momento presente em que nos encontramos, esta data deve servir não apenas para celebrar a luta do passado, mas também para fazer com que todas e todos nós que no presente fazemos parte da classe trabalhadora, saibamos fazer justiça a todos aqueles e aquelas que no passado lutaram com condições muito piores que aquelas que temos atualmente.

Apesar da aparente “paz social”, o que vemos hoje se olharmos com a devida atenção, é que os de “cima” usam de todos os pretextos imagináveis para precarizar ainda mais o trabalho e por consequência, as nossas vidas. Tal situação constata-se quando vemos o aumento de desemprego disfarçado de contratos a termo não renovados, um verdadeiro flagelo que atinge milhares de trabalhadores e trabalhadoras, especialmente os mais jovens, ou processos como o fecho da central termoelétrica de Matosinhos, com despedimentos coletivos encapotados na TAP, ou na banca como agora podemos ver no Banco Santander. Ou ainda o caso da Groundforce onde os trabalhadores e trabalhadoras mesmo prestando serviço num sector considerado fundamental para a economia, estão constantemente sob ameaça e chantagem não só de despedimento coletivo, mas da própria insolvência da empresa por clara e criminosa (deveria ser) incúria e má gestão do seu “acionista maioritário”. E com estes exemplos, cito apenas os mais recentes.

Mas em todos esses casos e noutros, como os trabalhadores da CP, e sectores precários e com pouca “cultura sindical” com os call centers vemos as e os trabalhadores resistirem. Vemos ainda, a luta antirracista, por direitos das mulheres, pessoas LGBTQ, ou pelo clima a ter uma centralidade e importância cada vez maior, não só na classe em si, mas como sendo elas mesmas, um despertar da consciência de classe em tantas e tanto de nós.

Logo, um movimento sindical/operário forte, ativo e não apenas reativo, unido na sua base, faz tanta falta hoje, como “ontem”. Um movimento sindical unitário com uma direção que reflita a diversidade sectorial e interseccional de toda a classe trabalhadora, em toda a sua verdadeira diversidade, que lute por alcançar uma convergência sólida entre organizações de trabalhadores, bem como com organizações e movimentos sociais que lutam contra a injustiça, a precariedade, a xenofobia, o racismo, a lgbtqfobia, contra todas as formas de autoritarismo, poderá aprofundar a luta unitária, sempre e cada vez mais necessária.

Lutar com todas as nossas forças e meios em unidade de ação, numa Frente contra o retrocesso que nos querem impor, pelo progresso da classe trabalhadora em todas as vertentes, seja progresso laboral, económico, social e cultural.

A CGTP-IN faz e tem de continuar a fazer parte do Passado, do Presente e do Futuro dessa Luta!

Parabéns CGTP!

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