Amílcar Cabral nasceu a 12 de setembro de 1924 em Bafatá, faz hoje 97 anos. É, até hoje, uma referência intelectual e de ação para a luta pan-africanista e socialista. Guineense e filho de cabo-verdianos, pertenceu a uma geração de combatentes e intelectuais africanos que derrotou o colonialismo e o fascismo português.
Ainda jovem, Amílcar veio para Lisboa, onde estudou agronomia. Nesta cidade, conheceu e juntou-se a outros militantes angolanos, cabo-verdianos, guineenses, moçambicanos, são-tomenses e indianos. Alguns anos depois, a luta anticolonialista dirigida por estas mulheres e homens foi central para queda do regime salazarista. E, foi o PAIGC ― Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo-Verde, fundado por Cabral ― que, na Guiné-Bissau, provocou as maiores derrotas ao exército português durante a guerra colonial; isso levou à proclamação da independência do país ainda em 1973, meses depois do brutal assassinato do seu líder, Amílcar Cabral.
Na verdade, o 25 de Abril de 1974, e principalmente a revolução profunda que se sucedeu em Portugal e nos países africanos, não existiriam sem as enormes lutas de libertação africanas, nas quais Amílcar Cabral foi uma figura central. Assim, não podemos esquecer nunca que as enormes vitórias democráticas, de liberdade e igualdade que existiram na Revolução dos Cravos foram em grande parte produto da luta anticolonial.
Por isso, recordar hoje Amílcar Cabral é lembrar o seu sonho pan-africanista e socialista, lembrando a sua luta ainda atual contra o imperialismo e o fascismo.
Dois tributos musicais da banda guineense, Super Mama Djombo, a Amílcar Cabral: «Chefi di Guerra» e «Sol Maior Para Comanda».